A etiqueta mais desejável que o modelo¹


       É assim que podemos definir o “cristianismo” de hoje. Um evangelho bem interessante. Que oferece o que há de melhor. A poucos dias atrás estive pregando em uma determinada igreja (evangélica pentecostal) e ouvi o ministro de louvor pronunciar algumas coisas bem interessantes. Ele dizia assim: “Nosso Deus não tem somente interesse que tenhamos o melhor carro, a melhor casa, o melhor emprego, o desejo dele é que saibamos quão grande Ele é”. Isso foi muito bonito e o melhor de tudo, combinou com a letra do louvor. Mas não é verdade. Jesus em momento algum me promete o melhor. Ele promete que aceitando-o estarei pautando minha vida em um modelo simples e dentro desse modelo (diferente do modelo secular) nada irá me faltar. É uma pena que a busca hoje são por coisas tão banalizadas e os métodos tão inescrupulosos. Estamos forçando Jesus a fazer o que queremos. E quando Ele não faz, percebemos que estamos no lugar errado. Isso acontece porque o crescimento do cristianismo vem em ritmo acelerado à muito tempo. A correria de igrejas atrás de membros e o forte apelo mercantilista de muitos pregadores mundo afora, tem apontado para um cristianismo barato e enganoso. O cristianismo deveria estar pautado na pessoa de Cristo. E na grande maioria das vezes isso não acontece. O povo está comprando o que a grande maioria das instituições está oferendo (vendendo). Bem diferente daquilo que Jesus nos oferece. Ele nos oferece um nível de vida moral, espiritual e social bem acima de toda a sociedade a nossa volta, mas que nos custa caro. O nível de vida de Jesus é santificado (separado). A motivação ainda é o Reino de Deus e sua justiça e dentro dessa motivação as demais coisas são acrescentadas. A etiqueta tem se tornado cara. Status e glamour tem sido a tonalidade deste cristianismo. Status e glamour que nem Cristo teve. As pessoas estão aderindo ao cristianismo como que quando compram uma roupa de grife: pagam caro para usar um produto que tem um nome muito forte. Elas estão comprando uma “marca” e nem sabem o que reflete o valor disso. Não sabem quem é Jesus. Não conhecem a Deus. São verdadeiros pagãos com roupagem de marca. Que o Brasil possa perceber que o modelo (Jesus) é mais importante que a etiqueta (o cristianismo).


Boaz Alberto Sperber

¹ Texto baseado na obra de Paulo Brabo – Bacia das Almas – Editora Mundo Cristão.

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