O Pecado de Damasco*


Damasco (Amós 1:3-5)

      Damasco era uma cidade rica, com terras férteis e um importante centro de rota comercial. Era a capital do reino da Síria. O grande pecado da cidade foi tratar as pessoas como coisas. (Amós 1:3). O termo usado para essa referência no verso é “trilhar”. A. Motyer, diz que trilhar é o que o homem faz a uma coisa. Por exemplo, ao grão de trigo colhido, quando esse é trilhado para dele se extrair trigo puro para no final das contas extrair dele o lucro. Foi exatamente o que Damasco fez com Gileade. Ainda hoje muitas pessoas olham para outras pessoas como se estas fossem coisas. Objetos. O ser humano tem uma capacidade capitalista de ver no seu próximo lucro de forma excepcional. Trabalhamos com o ditado “toma lá da cá”. E quando isso não funciona, simplesmente assolamos até tirar o lucro desejado. Se o outro irá sofrer? É o que menos importa. Contanto que o lucro seja extraído, ótimo.  De acordo com Edgar Henry podemos tirar algumas importantes lições do texto: 1) Riqueza não previne a avareza: a riqueza não tem o poder de humanizar homens. Quanto mais ricos, mais truculentos e obcecados pelo dinheiro. Quando mais fortes, mais opressores. Quanto mais tem, mais desejam ter. A história se repete de forma muito idêntica em vários setores da sociedade: comércio, indústria, organizações sociais, política, enfim, é o poder de quem mais tem sobre quem menos tem. 2) A força é uma tentação à violência: como no caso de Damasco, podemos ver os fortes sendo seduzidos a “atropelar” qualquer “empecilho” que surja na frente. Não importa mais quem está na frente, o mais importante são os objetivos que precisam ser alcançados, nem que pra isso seja necessário o uso da força.
O juízo de Deus: um ato tão perverso não encontra simpatia em momento alguém da parte de Deus. A paciência de Deus havia se esgotado e o juízo era inevitável. Vejamos o juízo divino: 1) Quebrar o ferrolho de Damasco: era abrir os portões da cidade para as invasões dos inimigos. Deus estava tratando o opressor com o mesmo golpe que o opressor trata os mais fracos. Sempre digo que aquele que usa de qualquer meio para se sobrepujar, encontrará alguém mais astuto que o sobrepujará. 2) O juízo de Deus atinge o pecado nacional: o vale de Áven era o centro idólatra da Síria, cuja capital eram Damasco. Aqui Deus mostra seu desgosto pela prática idólatra e permite a destruição da cidade. 3) O juízo inclui a casa real: Deus trata com o “cabeça” da nação. Não existe sentido em perecer o povo e seu mentor escapar. O maior juízo sempre cairá sobre quem tem maior poder. 4) O juízo inclui a perda da nacionalidade: o invasor seria invadido. Finalmente o opressor é oprimido e levado cativo para a Assíria.
Aplicação: nitidamente notamos que Deus não tem prazer na opressão e no abuso da força para realizar o desejo de quem quer que seja. Tratar outro ser humano como objeto a fim de sugar dele o lucro, é um pecado grave e receberá o juízo divino inevitavelmente. Tenhamos muito cuidado quando estivermos tão ricos de nos acharmos insatisfeitos com o que temos a ponto de maltratarmos outros para nosso bel-prazer. Deus no livre disso. E lembre-se: a riqueza que temos sempre deverá estar a disposição de Deus para abençoar outras pessoas.

Boaz Alberto
  
*Este é o primeiro texto de seis textos que estarei postando sobre o julgamento de Deus as nações pagãs tendo como base o livro do profeta Amós. Quero simplesmente trazer à luz essas histórias para podermos tirar algumas lições sobre elas.

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