Gospel



 Bem no início (igreja primitiva) estávamos preocupados com a essência do cristianismo: influenciar a sociedade em nossa volta. Tempos depois (muito tempo), percebeu-se que o melhor é o céu e nada mais nos interessa. O mundo jaz no maligno mesmo. Não queremos mais transformar o mundo, queremos sair dele. Agora a bola da vez é a contextualização. Nada contra. Acho que precisamos estar atentos aos desafios (gigantes) de nossa cultura e de nosso tempo. Vivemos em pleno século XXI. Em análise história, o evangelho dentro de nosso solo pátrio passou por períodos interessantes de contextualização. Por exemplo, 1953, quando é lançado o movimento nacional de evangelização (Cruzada Nacional de Evangelização). Foi um movimento da modernidade. Usar guitarra e bateria pra evangelizar... isso foi quebra de paradigmas. Pra um movimento protestante que usava somente música clássica, isso era muito forte. Como se guitarra e bateria fosse coisa do diabo. Tempos depois surge os grups de coreografia. Como dançar é coisa mundana, surgem de forma muito mecânica esses grupos de. E coreografia pode, dançar não. A dança também é coisa do diabo. Penso que Miriã, Davi... não penso nada (...). não quero defender dança como parte integrante de culto, por favor. Só estou fazendo uma breve distinção da contextualização no decorrer da história. Momentos depois, surge a “Marcha para Jesus”. Esse movimento é gospel. Bem contextualizado. Saímos pelas ruas da cidade uniformizados (cada igreja providencie suas camisetas); alguns de calça, outros de shorts (curto de preferência... é quente no verão); alguns dias antes você precisa descançar bem para pular e agitar muito no dia da marcha. Que festa! Isso é gospel. Uma movimentação sem muita ordem, trio elétrico. Nela pode tudo e cabem muitos (ou todos). Simpatizantes são bem vindos. Parece mais um “carnaval gospel”. Pra ajudar nossa “viagem história do movimento protestante brasileiro”, ouvi outro dia sobre um irmão que recebeu um convite de um “Arraial Gospel”. Fantástico não? Forró, fogueira, tapioca, pipoca, bolo de milho, fogos, quadrilha (de dança, ou pensou outra coisa), crentão (quentão não pode... não podemos nos embriagar com vinho, mas temos que nos encher do Espírito). Enfim, tudo muito próximo do original. Existe até a Festa Jesuína em algumas comunidades por ai. Pena que o povo não sabe que estas festas são festas religiosas católicas celebradas a santos agradecendo pela safra. Estamos no caminho certo (?). E por último, bem recente, a balada gospel. Com tudo o que tem direito. Feitas em locais retirados. Artistas de renome (gospel, é claro). Iluminação de tontear a cabeça de qualquer matuto que vai a uma dessas festas. O som? É contextualizado claro. De preferência pra ser bom tem que ter um eletro junto, afinal o que vale é “pirar”. Lá tem o “extase” do Senhor Jesus e o outro (aquele, em forma de comprimidinho...). Legal né? O pior de tudo é que estão vinculando pessoas e denominações sérias a essas festas. Por favor, façam o que quiserem, mas não envolvam gente séria nisso.
Fico pensando onde vamos parar do jeito que estamos indo. Será que ainda tem “breque” nesse trem? Acho que o negócio ta desgovernado sô.
Que alianças tem as trevas com a luz? A igreja brasileira precisa se contextualizar com certeza, mas existem limites. Precisamos algumas “manobras” pra manter nossos jovens dentro de nossas comunidades? Acredito que sim. Mas existem prioridades e formas de se fazer isso. Não podemos permitir que a farra seja feita em nome dos evangélicos. O que existe são aproveitadores e denominações se aproveitando pra fazer a festa (literalmente). Mantenha os olhos atentos em Jesus. Lembre-se: sua prioridade está na Palavra de Deus.

Boaz Alberto

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