Como uma criança

      Ser como uma criança é o requisito básico para entrarmos no Reino de Deus. O mais impactante é que Jesus usa essa criança para responder uma pergunta que não pede esta resposta (pelo menos analisando a pergunta). A pergunta era sobre quem seria o maior, ou quem é o maior no Reino de Deus. Jesus mostra a insignificância da pergunta quando nem se quer responde ela, mas como se estivesse dando um “gancho bem no queixo” de seus discípulos, Ele apresenta uma criança e diz que para “entrar” eles teriam que se tornar como aquela criança. Isso é assustador para quem esperava uma resposta que apontasse o caminho para o sucesso e o glamour ministerial. Queria ter visto a cara dos discípulos ao ouvir e ver isso. Acho que ainda hoje posso ver isso. Quando olho pra homens/mulheres que desejam ser maiores dentro de um Reino que já tem dono/comandante e são impactados por esta palavra. Em muitos momentos me sinto engolido por este sistema glamuroso que me dita as regras de etiqueta para aparecer melhor na “fita” e para crescer no ministério tão desejado por muitos. Que Deus me livre disso! Podemos usar a criança como parâmetro para falar da dependência, da fragilidade, inocência, de tantos outros adjetivos que nos são necessários e notórios, mas, vejo na criança sinônimo de incompetência. O que Jesus está dizendo é que não existe nada que posso fazer para ganhar sua graça. O maior no Reino é aquele que entende que não existe nada que possa ser feito para merecer. Somos inúteis nesse sentido. Simplesmente aceito o que me é oferecido. Que verdade poderosa. Escondida. Surpreendente. Incompetência me diz que devo “baixar a bola” em alguns momentos e passar o controle para outro; me mostra que minhas opiniões são somente vagas idéias e não certezas sempre; apresenta minhas crenças desmoronando em meio a um rochedo firme chamado fé; me mostra que tudo aquilo que faço para ser aceito por Deus cai por terra desastrosamente quando percebo que o que mais preciso é confiar na suficiência do grande amor de Deus demostrado na cruz. 

Boaz Alberto Sperber

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